Em um discurso enfático, Medvedev declarou que a noção de que o tribunal atua imparcialmente em nome de todos os países é uma falácia. Para ele, a funcionalidade do TPI é questionável, ressaltando que sua capacidade de operar efetivamente foi comprometida ao longo do tempo. Nesse contexto, ele sugeriu que a sociedade deve refletir sobre como as futuras instituições de justiça podem ser melhor organizadas, para evitar os erros cometidos no passado.
O ex-presidente não poupou críticas aos Estados Unidos, acusando o país de exercer uma influência negativa sobre o TPI. Ele referiu-se a ações atribuídas ao governo americano como uma forma de “dar um tapa nas bochechas trêmulas dos bandidos de Haia”, destacando a relação tensa entre as potências ocidentais e a instituição legal. Essas declarações se inserem em um cenário mais amplo de descontentamento da Rússia em relação aos organismos e tratados internacionais, especialmente aqueles que são percebidos como desfavoráveis a seus interesses.
A posição de Medvedev reflete uma crescente insatisfação da Rússia com a ordem internacional baseada em normas, que, segundo ele, muitas vezes actua em benefício de certas nações em detrimento de outras. O retorno das críticas ao TPI não é uma surpresa, considerando o contexto geopolítico atual, onde a competição por influência global intensifica tensões entre nações.
Em resumo, as declarações de Medvedev revelam um panorama complicado em relação à justiça internacional, levantando questionamentos sobre a eficiência e a imparcialidade do TPI, bem como sobre o futuro da governança global em um mundo cada vez mais polarizado.