Medidas Restritivas a Bolsonaro: Oposição Denuncia ‘Abuso de Autoridade’, Enquanto Governo Defende Ação de Moraes no STF

Na última sexta-feira, o ex-presidente Jair Bolsonaro se viu no centro de uma polêmica jurídica após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinar uma série de medidas restritivas que geraram reações polarizadas entre os parlamentares. Os deputados da oposição acusaram Moraes de agir com “abuso de autoridade”, enquanto os aliados do governo defenderam a decisão como um avanço para a justiça.

As novas restrições impostas a Bolsonaro incluem o uso de tornozeleira eletrônica, a proibição de acessar redes sociais e a obrigação de manter-se em casa entre 19h e 6h. Além disso, ele está proibido de estabelecer qualquer tipo de comunicação com seu filho, Eduardo Bolsonaro, que se encontra nos Estados Unidos. A medida veio após o cumprimento de um mandado de busca e apreensão em sua residência e escritório, executado pela Polícia Federal.

A deputada Bia Kicis, do PL-DF e vice-líder da Minoria, criticou duramente a decisão de Moraes, alegando que representa uma “violação de direitos e garantias fundamentais”. Kicis argumentou que as acusações contra Bolsonaro não têm sustentação legal, referindo-se às alegações como meras narrativas infundadas. O deputado Coronel Chrisóstomo, também do PL, se uniu a essa posição, chamando as medidas de “totalmente ilegais” e reafirmando a inocência do ex-presidente.

Por outro lado, o líder do PT, Lindbergh Farias, destacou que as medidas foram tomadas dentro do contexto do inquérito 4995, que investiga ações de Eduardo Bolsonaro e que surgiu a partir de uma representação feita por ele. Farias enfatizou a seriedade das provas coletadas, as quais indicam tentativas de intimidação do Poder Judiciário e obstrução da Justiça. Para ele, a ampliação do inquérito para incluir Jair Bolsonaro e as subsequentes medidas cautelares representam um “avanço do Estado de Direito”.

O deputado José Guimarães, do PT-CE e líder do governo, reforçou que a operação da PF evidencia que ninguém está acima da lei, ressaltando a gravidade das ações que visam atacar as instituições democráticas. Ele declarou que é essencial proteger os valores da República e garantir que crimes não fiquem impunes.

Em justificativa às medidas, Alexandre de Moraes afirmou que Bolsonaro e outros investigados estão continuamente obstruindo o curso das investigações, particularmente no que diz respeito ao caso que investiga tentativas de golpe de Estado. A situação continua a se desenvolver, refletindo a intensa polarização política do Brasil e os desafios enfrentados pelas instituições democráticas.

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