As raízes do trabalho de van Tulleken têm uma conexão sólida com o Brasil, uma vez que o conceito de alimentos ultraprocessados foi desenvolvido por uma equipe liderada pelo renomado epidemiologista brasileiro Carlos Monteiro, da USP, que assina o prefácio do novo livro do médico britânico. Inicialmente cético em relação aos malefícios dos ultraprocessados, van Tulleken decidiu testar a teoria radicalizando sua própria dieta e se alimentando exclusivamente desses produtos, o que resultou em uma experiência repleta de descobertas surpreendentes, detalhadas em seu livro.
Em entrevista à BBC News Brasil, van Tulleken enfatizou a urgência de ações governamentais para reduzir o consumo de ultraprocessados, alertando que as grandes corporações do setor de alimentos podem comprometer as culinárias tradicionais no futuro próximos. Para ele, as mudanças necessárias devem ocorrer em nível coletivo, já que a responsabilidade individual é limitada diante da magnitude do problema.
Dessa forma, a defesa contundente do médico britânico por uma regulamentação mais rígida dos alimentos ultraprocessados e seu alerta sobre os impactos negativos desses produtos na saúde pública ganham destaque em meio a um cenário crescente de preocupação com hábitos alimentares e seus reflexos na sociedade. A influência de van Tulleken no debate sobre a regulação dos ultraprocessados é evidente, reforçando a importância do tema na agenda pública e incentivando a reflexão sobre a qualidade e o impacto dos alimentos que consumimos diariamente.