Medicamento Brasileiro Promete Revolucionar Tratamento de Lesão Medular e Avança para Próxima Fase de Testes com Pacientes em São Paulo.

Pesquisadores brasileiros estão prestes a dar um passo significativo na luta contra lesões medulares com o avanço de um novo medicamento. A polilaminina, uma substância desenvolvida ao longo de mais de uma década, recebeu a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar estudos clínicos em cinco pacientes em instituições de saúde de renome em São Paulo. Este fármaco promete uma nova esperança não apenas para a regeneração celular da medula espinhal, mas também para a recuperação parcial ou total da mobilidade dos pacientes afetados por traumas severos.

A pesquisa é coordenada pela bióloga Tatiana Coelho Sampaio, que atua no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A equipe, em colaboração com o laboratório Cristália, começou a explorar o potencial da polilaminina em 2007, recebendo suporte adicional do laboratório desde 2018. Inicialmente, os testes em cerca de dez pacientes mostraram resultados promissores, especialmente quando o medicamento foi administrado até 24 horas após o evento traumático. No entanto, benefícios também foram observados em casos mais antigos, despertando otimismo em relação ao seu uso.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 250 mil e 500 mil pessoas por ano são diagnosticadas com lesões medulares ao redor do mundo. Até agora, os tratamentos disponíveis eram limitados e pouco eficazes. A polilaminina, quando injetada diretamente na medula espinhal afetada, demonstra a capacidade de facilitar a reorganização dos nervos, restaurando a comunicação neural e permitindo uma recuperação que antes parecia inviável.

Apesar desses avanços, a Anvisa destacou a necessidade de mais estudos clínicos para garantir a segurança e eficácia da polilaminina em larga escala. A Santa Casa de São Paulo, uma das instituições participantes, está pronta para iniciar as aplicações assim que receber a autorização final. Esta fase do estudo é um marco no percurso da pesquisa e representa uma luz no fim do túnel para muitos que, devido a lesões graves, enfrentam desafios enormes em sua qualidade de vida.

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