A pesquisa é coordenada pela bióloga Tatiana Coelho Sampaio, que atua no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). A equipe, em colaboração com o laboratório Cristália, começou a explorar o potencial da polilaminina em 2007, recebendo suporte adicional do laboratório desde 2018. Inicialmente, os testes em cerca de dez pacientes mostraram resultados promissores, especialmente quando o medicamento foi administrado até 24 horas após o evento traumático. No entanto, benefícios também foram observados em casos mais antigos, despertando otimismo em relação ao seu uso.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 250 mil e 500 mil pessoas por ano são diagnosticadas com lesões medulares ao redor do mundo. Até agora, os tratamentos disponíveis eram limitados e pouco eficazes. A polilaminina, quando injetada diretamente na medula espinhal afetada, demonstra a capacidade de facilitar a reorganização dos nervos, restaurando a comunicação neural e permitindo uma recuperação que antes parecia inviável.
Apesar desses avanços, a Anvisa destacou a necessidade de mais estudos clínicos para garantir a segurança e eficácia da polilaminina em larga escala. A Santa Casa de São Paulo, uma das instituições participantes, está pronta para iniciar as aplicações assim que receber a autorização final. Esta fase do estudo é um marco no percurso da pesquisa e representa uma luz no fim do túnel para muitos que, devido a lesões graves, enfrentam desafios enormes em sua qualidade de vida.