Médica psiquiatra vive pesadelo de perseguição por ex-paciente, relata descaso da Justiça após mais de quatro anos de assédio constante.

Médica Psiquiatra Sofre Stalking de Ex-Paciente por Mais de Quatro Anos

No Distrito Federal, a psiquiatra Laura Campos, de 34 anos, tem enfrentado uma situação angustiante: há mais de quatro anos, ela tem sido perseguida por um ex-paciente, provocando um impacto profundo em sua vida pessoal e profissional. A médica, que fez do relato em suas redes sociais um apelo por atenção ao problema do stalking, revelou que já perdeu a esperança na Justiça diante da ineficácia das medidas tomadas até o momento.

Laura compartilhou que o contato com o homem em questão se deu em 2019, quando ele realizou duas consultas em sua clínica. No entanto, dois anos depois, em abril de 2021, o quadro começou a se agravar. O ex-paciente iniciou um acompanhamento ostensivo nas redes sociais da médica, inicialmente apenas reagindo a alguns de seus stories. O comportamento, que começou de forma sutil, logo se transformou em mensagens estranhas, como “não precisa ter medo de mim”, o que levou a psiquiatra a bloqueá-lo.

O desfecho dramático ocorreu quando, um mês após ser bloqueado, ele apareceu na clínica onde Laura trabalha, se identificando como “a pessoa que você bloqueou no Instagram”. Após pedir ao serviço de segurança que barrasse sua entrada, Laura pensou ter resolvido a situação. Todavia, a frequente volta do stalker, que começou a visitá-la quase diariamente e a enviar mensagens amorosas e ameaçadoras, transformou sua rotina em uma verdadeira tortura psicológica.

Laura registrou um boletim de ocorrência e solicitou medidas protetivas. Embora essas ordens tenham sido concedidas, o ex-paciente não as respeitou. A situação piorou quando ele foi considerado inimputável devido a transtornos psíquicos, o que impediu sua responsabilização legal. A médica, então, tendo que modificar seu local de trabalho e realizar atendimentos apenas online, enfrenta um medo constante de novos encontros.

Apesar de já ter enfrentado duas internações por ordem judicial, o stalking persiste; quando solto, o homem retoma o contato. O último episódio registrado por Laura foi em 8 de setembro, quando ele novamente tentou se comunicar. Com a necessidade de controlar sua segurança, Laura mantém o endereço de e-mail do stalker como uma forma de monitoramento, na esperança de poder prever seus delírios e se proteger.

Essa situação, além de expor a vulnerabilidade inerente à saúde mental, traz à tona questões fundamentais sobre a eficácia das leis de proteção contra o stalking, que muitas vezes não funcionam como esperado, deixando vítimas como Laura em uma posição extremamente fragilizada.

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