O relacionamento entre os dois começou na adolescência, quando ela se casou aos 15 anos, e perdurou por 22 anos. No entanto, a situação se complicou drasticamente quando ela alegou ter descoberto que Alan abusava sexualmente da filha do casal. Embora tenha sido absolvido pela Justiça, a médica denunciou que as ameaças e a violência psicológica continuaram a atormentar sua vida mesmo após a decisão judicial. Ela revelou que se viu forçada a solicitar medidas protetivas e relatou que o ex-marido, frequentemente acompanhado de um primo, a intimidava de maneira sistemática.
No dia do crime, segundo seu depoimento, a médica se dirigia a um salão de beleza quando avistou o carro de Alan estacionado próximo à sua residência em Arapiraca. Ela relatou que imediatamente se sentiu cercada, acreditando estar diante de uma emboscada. Em estado de pânico e já portando uma arma desde 2020 por conta das ameaças, ela decidiu sacar a arma ao se aproximar do veículo, crendo que sua vida estava em risco. Foi nesse momento que ela disparou contra o ex-marido.
Após o episódio, fugiu em direção a Maceió em busca de um advogado, temendo a reação da população diante da situação. No entanto, durante o percurso, foi interceptada pela polícia, com a qual se mostrou colaborativa desde o início. A médica afirmou que está disposta a continuar cooperando com as investigações em andamento.
Neste momento, ela se encontra na Delegacia de Homicídios, onde participa de novas rodadas de esclarecimentos sobre o caso, almejando apresentar todos os detalhes de sua narrativa e os eventos que levaram à fatalidade. A complexidade da situação, marcada por denúncias de violência doméstica e um relacionamento conturbado, levanta questões profundas sobre segurança e a proteção de vítimas de abuso.









