As investigações apontaram que algumas de suas canções explicitam a glorificação do tráfico de drogas e contêm ameaças à polícia e a grupos rivais, como o Terceiro Comando Puro (TCP). Entre as faixas removidas, destaca-se “Fala que a Tropa é CV”, que contém referências diretas à violência e à atuação do CV. A decisão do Spotify é parte de uma análise mais ampla das letras de artistas do rap brasileiro, que tem como objetivo reavaliar conteúdos que possam incitar violência ou criminalidade.
MC Poze, que ganhou popularidade e chegou a liderar o Top 50 do Spotify Brasil, especialmente fora do gênero sertanejo, vê sua carreira tomar um rumo incerto com as remoções. A sua música, que já chegou a reverberar nas ruas e encontrava ressonância entre os jovens, agora enfrenta a dura realidade das consequências legais e sociais. A exclusão das canções é um reflexo direto não apenas do conteúdo de suas letras, mas também do contexto das investigações que levaram à sua detenção.
A situação de MC Poze levanta discussões sobre a responsabilidade dos artistas em suas produções, especialmente em um cenário onde a música pode impactar negativamente comportamentos sociais. A controvérsia nos lembra que a arte, mesmo quando utilizada como forma de expressão e resistência, pode estar subordinada a um olhar crítico e atento da sociedade. A complexa interseção entre cultura, crime e responsabilidade social continua a ser um tema relevante e fragoroso no Brasil contemporâneo, especialmente no que tange ao papel da música popular na propagação de mensagens potencialmente perigosas.