MC Hariel Critica Apoio de Gravadoras de Funk a Políticos em São Paulo



MC Hariel fez declarações contundentes em suas redes sociais, expressando seu descontentamento com o apoio dado por duas importantes gravadoras de funk, GR6 e Love Funk, a candidatos à Prefeitura de São Paulo, Ricardo Nunes e Pablo Marçal. Em meio a um cenário político polarizado, o funkeiro revelou que desaprova a decisão dessas empresas, mencionando até mesmo uma imagem falsa em que ele aparece seguindo os políticos.

Em sua conta no X, antigo Twitter, Hariel desmentiu a veracidade da imagem e destacou seu repúdio à politicagem no movimento funk. “Tão girando um print fake do meu perfil seguindo merda de político. Eu não tenho nada a ver com o que cada um faz da própria vida, mas eu não compactuo com nada disso. Inclusive, me entristece ver pessoas dessa índole tendo portas abertas no nosso movimento”, afirmou.

No Instagram, Hariel fez uma analogia crítica, comparando a situação a um “lobo falando para os carneiros que vai virar vegetariano depois que se eleger”. O artista reforçou seu amor pelo movimento funk, que transformou sua vida, mas lamentou ver figuras políticas ganhando fácil acesso a esse universo sem se importar genuinamente com a comunidade.

Em uma ligação direta com seus seguidores, Hariel advertiu sobre as influências nocivas no período eleitoral, chamando os fãs à atenção. “Você, que é o público, e nos ama, toma cuidado com essas bocas de urna cibernética. Cuidado e se mantenha atento. Mesmo que, infelizmente, você veja pessoas que você ama e admira a história de vida se juntando com esse tipo de gente. A gente precisa saber separar”, exortou.

Além de sua indignação com a falsidade no cenário político, Hariel ressaltou a importância do voto consciente, apontando que muitos políticos se aproveitam da popularidade do funk para ganhar votos. Ele enfatizou a responsabilidade dos gestores públicos em resolver questões fundamentais como lazer, saúde, educação, cultura e saneamento básico antes de tentar se beneficiar do movimento.

Continuando sua crítica, Hariel argumentou que políticos deveriam começar suas campanhas e ações ouvindo as necessidades mais urgentes das comunidades carentes: “E outra, quando vocês quiserem entrar em algo, não é pelo topo, é pela base. Vai na favela e escuta quem está precisando mais. Não é por empresário ou artista. […] O movimento funk é maior que todos nós. E eu acredito que muitos de vocês não são bem-vindos.”

MC Hariel não foi a única voz contra o envolvimento das gravadoras com a política. Djonga também utilizou suas plataformas para denunciar a hipocrisia e oportunismo dos empresários que se aliam a candidatos. “Nessa eleição, tem político fingindo que gosta de funk, tem político fingindo que gosta de rap, tem até político fingindo que é da política”, criticou em um post no Instagram, destacando a complacência da comunidade do funk e rap frente a essa situação.

A indignação dos artistas, como Hariel e Djonga, sinaliza uma resistência crescente dentro do movimento funk contra a instrumentalização política, reafirmando a autonomia e autenticidade cultural que caracteriza o gênero.

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