O chefe da diplomacia brasileira salientou que a saída do embaixador não é uma medida definitiva, mas sim uma consulta temporária, o que sugere que o governo brasileiro ainda considera a possibilidade de um entendimento mais construtivo. Durante sua fala, Vieira destacou a importância de uma abordagem diplomática, enfatizando que o isolamento e as sanções não são soluções viáveis para a crise política venezuelana. Ele argumentou que qualquer solução deve ser construída pelos próprios venezuelanos, em vez de ser imposta de fora.
Mauro Vieira criticou a postura do governo brasileiro anterior, que teria apoiado a oposição em detrimento de um diálogo aberto, ressaltando que o atual governo se compromete a promover a democracia e a não ingerência em assuntos internos da Venezuela. Esse novo posicionamento do Brasil se alinha com os Acordos de Barbados, onde o Brasil teve um papel ativo como mediador entre as partes envolvidas no conflito político do país vizinho.
Nos últimos meses, as relações entre Brasil e Venezuela se deterioraram, exacerbadas pela disputa eleitoral, que resultou em contestações da vitória de Maduro, a qual foi questionada por setores da oposição, que alegam ter evidências de fraude. Este cenário levou a uma série de tensões diplomáticas, incluindo a revogação da custódia brasileira sobre a Embaixada da Argentina em Caracas.
Diante dessas circunstâncias, o Brasil se posiciona como mediador e conselheiro de países da região, além de tentar restabelecer uma linha de comunicação que permita um entendimento pacífico entre os dois governos. A situação continua a evoluir, mas a mensagem de Mauro Vieira deixa claro que o caminho escolhido pelo governo brasileiro será o do diálogo e da diplomacia, em um momento em que as relações internacionais da América do Sul se tornaram mais complexas.