Mauro Cid é interrogado novamente pela PF após longo período de detenção, investigação prossegue nesta segunda-feira.

O tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid foi intimado a comparecer novamente na sede da Polícia Federal em Brasília. O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro ficou por mais de seis horas no local na última sexta-feira, sendo interrogado no inquérito que apura a suposta contratação dos serviços do hacker Walter Delgatti Netto para invadir as urnas eletrônicas.

Segundo Delgatti Netto, Mauro Cid teria participado de uma reunião promovida pela deputada federal Carla Zambelli entre ele e Bolsonaro, em agosto do ano passado, no Palácio da Alvorada. O hacker está atualmente preso por ter incluído um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), supostamente por ordem da parlamentar.

De acordo com o jornalista César Trali, da TV Globo, Delgatti contou aos investigadores que teve vários encontros com Mauro Cid que não estavam na agenda oficial do ex-ajudante de ordens. No entanto, o advogado de Zambelli afirmou que a deputada não se lembra da presença de Cid durante a conversa entre o ex-presidente e o hacker.

Delgatti também afirmou que Mauro Cid já estava com Bolsonaro quando ele entrou no Alvorada, acompanhado pela deputada, para conhecer o ex-presidente. Segundo o hacker, Bolsonaro tomava café com leite e comia pão com manteiga nesse momento.

Durante o depoimento à PF, Delgatti afirmou ainda que Cid conhecia todo o teor da conversa entre Bolsonaro e o hacker, e tinha ciência de que, após deixar o Alvorada, Delgatti seguiu direto para o Ministério da Defesa, onde se reuniu com o ex-ministro Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e outros militares de alto escalão.

Segundo o hacker, essa foi apenas a primeira de suas cinco visitas ao Ministério da Defesa, todas com o objetivo de tentar descreditar o sistema eleitoral brasileiro e questionar a segurança das urnas.

O depoimento de Mauro Cid na próxima segunda-feira deve fornecer mais detalhes sobre o seu suposto envolvimento nas atividades de Delgatti e sua relação com Bolsonaro. A Polícia Federal continua investigando as acusações de invasão das urnas eletrônicas e a participação de pessoas próximas ao ex-presidente nesse caso.

Sair da versão mobile