Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Caldas contará com o apoio do senador alagoano Fernando Farias, que assumirá o papel de relator de sua indicação. Essa conexão regional tende a fortalecer seu posicionamento junto à base governista e, ao mesmo tempo, facilita a articulação política necessária para garantir respaldo nas comissões e no plenário durante a votação. A estratégia observada nesta indição foi, em parte, refletida em outras escolhas do governo. O senador Marcelo Castro, também do MDB, será responsável por relatar a sabatina do desembargador Carlos Brandão, sinalizando um movimento coordenado para consolidar maior apoio em votações futuras.
Antes da sabatina, entre 4 e 8 de agosto, os pareceres técnicos sobre os candidatos serão apresentados nas comissões temáticas, um passo crucial já que a aprovação no Senado é indispensável para que os nomes sejam oficializados como ministros do STJ.
Maria Marluce Caldas possui uma trajetória sólida, com mais de 30 anos de atuação no Ministério Público estadual. Sua experiência a torna uma figura respeitada, especialmente nas áreas de controle da atividade policial, defesa de direitos fundamentais e combate à violência de gênero. A sua seleção para o STJ é vista como uma tentativa de diversificação na composição da Corte, propondo uma representação feminina maior e um equilíbrio regional.
Nos bastidores políticos, a indicação de Marluce é interpretada como um gesto estratégico de Lula para estreitar laços com o MDB de Alagoas, signatários de um contexto político liderado por figuras influentes da região. A expectativa nos corredores do Senado é de que a sabatina transcorra de maneira tranquila, sem grandes resistências, permitindo que Alagoas recupere uma representatividade significativa em uma das mais altas esferas do Judiciário ainda neste semestre.