Marcos Mion, que teve a oportunidade de trabalhar com Lins como redator em seu antigo programa “Legendários”, elogiou a criatividade do comediante, afirmando que ele sempre foi capaz de gerar textos e ideias excepcionais. No entanto, Mion também reconhece que Lins optou pelo caminho do “humor ofensivo”, com temas que podem ofender grupos marginalizados, algo que, segundo ele, não é do seu agrado. “Ele escolheu espalhar o mal através de seu humor, atingindo minorias, e isso gera um dilema para o público”, afirmou o apresentador.
Mion, que é pai de um garoto autista, rememorou um desentendimento anterior com Lins a respeito de piadas relacionadas à condição de seu filho, ressaltando que a interação entre humor e temas sensíveis pode ser problemática. Apesar de suas críticas ao estilo de comédia de Lins, ele se opôs frontalmente à ideia de uma condenação criminal por conta de uma piada. Para ele, o cerceamento da liberdade de expressão, até mesmo em fórmulas humorísticas, é inaceitável. “É um absurdo que alguém seja condenado à prisão por uma piada. Processá-lo pode ser uma opção, mas cercear sua liberdade não faz sentido”, argumentou.
Esse desdobramento no cenário do humor mostra uma dicotomia entre a defesa da liberdade de expressão e a responsabilidade moral dos artistas sobre o que desempenham no palco. A discussão abre espaço para um debate mais amplo sobre os limites do humor e as possíveis consequências da linguagem que, embora muitas vezes provocativa, pode ter um impacto profundo na sociedade. Mion parece estar ciente de que o papel do humorista é delicado, equilibrando o desejo de fazer rir com o respeito às diversas realidades que sua audiência vive.