Marchetti detalha métodos da SportRadar em depoimento à CPI da Manipulação de Jogos e alerta sobre vulnerabilidade de clubes no Brasil.

A CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas teve um importante depoimento nesta terça-feira (18). O gerente de integridade da empresa SportRadar AG, Felippe Marchetti, explicou os métodos de atuação da empresa para detecção de fraudes e alertou que muitos clubes e jogadores no Brasil são vulneráveis a propostas de empresários ligados à manipulação de resultados. Marchetti ressaltou a atuação internacional dos fraudadores de competições e destacou a necessidade de realizar um trabalho educacional de base para conscientizar os jogadores sobre os riscos da manipulação.

A SportRadar AG presta serviços para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e várias casas de apostas. Em seu depoimento, Marchetti destacou a importância de parcerias com ligas esportivas e autoridades policiais em todo o mundo para combater a manipulação de resultados. Ele ressaltou que a educação dos jogadores é fundamental nesse processo.

Marchetti também explicou o funcionamento dos mecanismos de inteligência artificial da SportRadar, que monitoram as cotações em casas de apostas e identificam movimentações suspeitas. Ele citou relatórios da empresa que levaram a investigações importantes sobre manipulação de jogos no Brasil. O representante da empresa também reconheceu o papel das casas de apostas no combate às fraudes, ressaltando a importância da adesão do Brasil à Convenção de Macolin.

Durante seu depoimento, Marchetti também abordou a questão levantada pelo empresário John Textor sobre a manipulação de partidas. Ele afirmou que a SportRadar não detectou anomalias nas partidas mencionadas por Textor e ressaltou a importância da análise qualitativa na detecção de fraudes. Além disso, Marchetti destacou a importância da transparência e do compliance nas práticas esportivas para garantir a integridade das competições.

Os senadores presentes na CPI manifestaram preocupação com a possível relação do crime organizado com a manipulação de resultados no Brasil. Marchetti declarou que, internacionalmente, o crime organizado tem histórico de envolvimento com a manipulação de resultados e que essa possibilidade não pode ser descartada. Além disso, foi discutida a resistência da agência de jogos do Rio de Janeiro em adotar mecanismos de transparência.

A CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas continua seu trabalho em busca de soluções para combater esse problema que afeta o cenário esportivo nacional e internacional. A transparência, a educação dos jogadores e a cooperação internacional são fundamentais nesse processo de combate às fraudes.

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