MAQUIAGEM? Iniciativa da Prefeitura de Maceió no Conjunto Nações Unidas pode não atender expectativas dos moradores

No próximo sábado (27), os moradores do Conjunto Nações Unidas, no bairro Santa Lúcia, em Maceió, terão uma interrupção na rotina para receber o discutível Alurb Itinerante. A partir das 9h, um estande será montado na localidade, prometendo diversos serviços e atividades que, em um primeiro olhar, parecem mais uma medida paliativa do que uma solução real para os problemas enfrentados pela comunidade.

Entre as atividades previstas, estão palestras e oficinas de fabricação de sabão caseiro, brincadeiras para as crianças, mutirão de limpeza e uma exposição de brinquedos recicláveis. Embora todas essas iniciativas pareçam bem-intencionadas, não podemos deixar de questionar a real eficácia e impacto dessas ações. Quantos problemas estruturais e sociais do bairro podem ser solucionados com a fabricação de sabão caseiro ou uma exposição de brinquedos recicláveis?

A Prefeitura de Maceió, por meio da Autarquia Municipal de Desenvolvimento Sustentável e Limpeza Urbana, tenta projetar uma imagem de eficiência e compromisso com a população. No entanto, essa estratégia se assemelha mais a uma campanha de marketing do que a um esforço concreto para o desenvolvimento sustentável da região. Colaborando com outras secretarias municipais, a ação parece, ao invés de uma iniciativa integrada, apenas uma somatória de esforços dispersos que não atacam o cerne das questões locais.

O Departamento Municipal de Transportes e Trânsito (DMTT) planeja utilizar um tapete lúdico para educação no trânsito, e a Secretaria de Saúde oferecerá atendimentos de fisioterapia, nutricionista, teste de HIV, aferição de pressão arterial e glicose, além de serviços veterinários. Ainda, agentes da Guarda Civil Municipal darão aulas de arco e flecha, e haverá apresentações culturais. Mas vejamos a realidade: a infraestrutura deficiente, a insegurança e a carência de serviços essenciais não serão resolvidas com atividades pontuais e de caráter recreativo.

Em suma, enquanto a prefeitura organiza esse evento para aparentar proximidade com o povo, os verdadeiros problemas, como a falta de infraestrutura adequada, a segurança pública precária e a ausência de uma política de desenvolvimento constante e eficaz, continuam a assombrar os moradores. Mais uma vez, estamos diante de medidas superficiais que desviam a atenção dos cidadãos das necessidades urgentes e das promessas não cumpridas por parte das autoridades.

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