Segundo o relato de Marcelo, antes de jogá-lo da ponte, o soldado teria dito as ameaçadoras palavras: “Ou você pula ou jogo você”. O policial responsável pela agressão, identificado como PM Luan Felipe Alves Pereira, foi preso preventivamente após solicitação da Corregedoria da corporação. Ele enfrenta acusações de lesão corporal, peculato e prevaricação.
A defesa de Pereira alegou que entrará com um pedido de habeas corpus em breve, criticando a prisão preventiva como uma “antecipação de pena travestida”. Marcelo, que é manobrista na região dos Jardins e da Avenida Paulista, contou em seu depoimento à Polícia Civil que estava voltando da casa da namorada de moto quando se deparou com um grupo de policiais nas proximidades da ponte.
O incidente, que envolveu 13 policiais do 24.º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Diadema, chocou a todos e resultou no afastamento de todos os agentes devido às imagens que circularam nas redes sociais. Marcelo afirmou que, ao avistar os PMs, se assustou e decidiu sair de sua moto, uma Titan 160 prata. Foi então que ele foi agarrado pelo policial Pereira e levado até a beirada da ponte, onde foi brutalmente jogado.
Após ser resgatado por pessoas em situação de rua e levado a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para tratamento de seus ferimentos, Marcelo teme represálias e optou por se manter recluso temporariamente. O relato do manobrista contradiz algumas informações descritas pelos policiais no registro interno da Polícia Militar, alegando que estava sozinho na moto e não havia perseguição.
Diante da gravidade do incidente, autoridades como o governador estadual Tarcísio de Freitas e o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, repudiaram veementemente a conduta dos policiais envolvidos. O Ministério Público do Estado (MP-SP) classificou o caso como “inadmissível” e iniciou uma investigação, enquanto a Polícia Civil e a Justiça Militar também conduzem suas próprias apurações sobre o ocorrido. Medidas para revisão dos protocolos da PM foram discutidas, mas o afastamento de Derrite do cargo foi descartado pelo governador.