Os manifestantes, em sua grande maioria, pertenciam a partidos políticos como o Partido da Causa Operária (PCO) e contaram com a adesão de ativistas de movimentos sociais que incluem camponeses e indígenas. Com cartazes e cânticos que condenavam as ações das Forças de Defesa de Israel (FDI), os participantes expressaram sua indignação em relação à situação humanitária na região, ressaltando que o apoio ao Estado de Israel equivaleria a conivência com um genocídio.
Além dos grupos locais, o evento também recebeu a visita do rabino Yisroel Dovid Weiss, integrante do Neturei Karta, um grupo judaico antissionista com base nos Estados Unidos. Ele trouxe uma perspectiva crítica sobre o que considera a manipulação dos líderes mundiais pela narrativa israelense. Segundo Weiss, a estrutura do Estado de Israel é um movimento nacionalista e, por consequência, não reflete a verdadeira essência do judaísmo, que deve promover paz e respeito pela vida.
Weiss afirmou que não há justificativa religiosa para as ações cometidas por Israel e assentou que “não temos permissão para matar ou roubar” como judeus, enfatizando que a moralidade deve prevalecer sobre qualquer alegação de soberania. Ele pediu que os líderes internacionais reconsiderassem o apoio incondicional a Israel, alertando que, ao fazer isso, estão permitindo a continuidade de um ciclo de violência e opressão.
A manifestação, que inicialmente pretendia marchar até o MAM, foi contida pelas forças policiais, que restringiram o acesso dos marchantes ao local da cúpula. Mesmo assim, a mobilização destacou a necessidade de diálogo e compromisso internacional com a paz e a justiça no Oriente Médio, refletindo a voz de muitos que clamam por mudanças em um cenário de conflito que se perpetua há décadas.