A declaração do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), foi vista com otimismo pelos bolsonaristas. Motta afirmou que a invasão aos Três Poderes no dia 8 de Janeiro foi grave, mas não caracterizou um golpe. Isso gerou esperança de que a anistia possa ser retomada na Casa. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), acredita que os protestos programados para março podem conquistar o apoio de parlamentares ligados ao Centrão.
A expectativa é que haja atos em todas as capitais do Brasil, conforme declaração de Cavalcante. A adesão dos presidentes estaduais do PL também está sendo organizada. Para os bolsonaristas, a negação da possibilidade de golpe por Motta representa um avanço na questão da anistia.
Por outro lado, petistas como Lindbergh Farias (RJ), líder do partido na Câmara, consideram o 8 de Janeiro como uma tentativa de golpe. Segundo Farias, o ataque aos Três Poderes fazia parte de um plano que envolvia até a morte de autoridades. A anistia, que chegou a ser debatida na CCJ da Câmara, foi suspensa e ainda não teve andamento na Casa.
Os atos marcados para o dia 16 de março contarão com pleitos que vão desde o impeachment de Lula até a anistia aos bolsonaristas envolvidos no 8 de Janeiro. A escolha da data coincide com o aniversário de seis anos da abertura do inquérito dos atos antidemocráticos pelo STF. Motta descartou a possibilidade de pautar o impeachment de Lula, visando evitar instabilidades políticas.