Em tom provocador, o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB-AL), incendiou o debate político em Brasília ao afirmar que o MDB pode ocupar a vaga de vice na chapa de Lula em 2026, mas que o partido “precisa se decidir de que lado está”. A declaração, feita em entrevista ao Canal UOL, foi interpretada como um recado direto aos caciques da legenda que resistem à aliança formal com o PT.
“Uma vaga de vice é simbólica, é importante, mas o partido precisa estar do lado certo. O MDB tem três ministérios, está no governo, e não dá pra continuar com quem quer cargo sem apoiar o presidente Lula”, afirmou o ministro, em tom de cobrança. Renan, cada vez mais à vontade no papel de articulador político, defendeu a estratégia do Planalto de afastar os infiéis e concentrar o poder nos aliados leais. “O governo acerta ao retirar aqueles que não garantem apoio. Não faz sentido montar uma coalizão se parte dela vota contra o governo”, disse, citando a MP dos Impostos, que aumenta tributos sobre bancos e grandes fortunas.
Sem citar nomes, Renan fez questão de cutucar os colegas de partido que tentam manter distância de Lula. “O MDB não é um partido cartorial, não tem dono. Vai decidir em convenção, democraticamente. Mas quem quiser estar com o governo precisa mostrar isso com atitudes”, provocou. A fala foi lida como uma tentativa de isolar setores do partido ligados a nomes como Eduardo Braga, Simone Tebet e Baleia Rossi, que ainda flertam com a ideia de uma candidatura própria em 2026.
Entre elogios e alfinetadas, Renan também tratou de exibir resultados da sua gestão no Ministério dos Transportes. Disse que o Brasil vive um recorde histórico de investimentos privados em infraestrutura, graças à previsibilidade dos novos leilões e às regras claras para investidores. “Quando cheguei ao ministério, não havia projetos nem cronograma. Hoje o investidor sabe quando e como os leilões vão acontecer. É isso que atrai capital e mostra que o país está no rumo certo”, afirmou, em tom de conquista pessoal.
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