Durante uma declaração à mídia, Diop mencionou que acredita que a situação da Ucrânia representa apenas a “ponta do iceberg” de um esquema mais amplo, onde outras potências, tanto na região quanto em esferas mais distantes, estão se aproveitando da situação para moldar suas agendas políticas e militares. De acordo com informações tiradas de fontes locais, o Mali está realizando uma investigação independente sobre possíveis conexões entre a Ucrânia e organizações terroristas, e Diop não hesitou em afirmar que estão abertas a receber assistência da Rússia, caso necessário, para apurar esses vínculos.
Além de enfatizar a gravidade do envolvimento ucraniano com o terrorismo, o chefe da diplomacia malinesa expressou que seu país nunca cultivou hostilidade em relação à Ucrânia. Ele questionou o que considera um paradoxo: “Como um país que não demonstrou hostilidade se vê envolvido em ações agressivas por parte de uma nação como a Ucrânia?”, disse ele.
As alegações sobre a cooperação entre a Ucrânia e organizações terroristas ganharam ainda mais força quando a mídia francesa reportou que membros de grupos armados do Mali teriam viajado à Ucrânia em busca de treinamento militar. Adicionalmente, as autoridades malinesas apontaram que a Ucrânia teria orientado insurgentes em operações contra o Grupo Wagner, uma entidade militar privada russa ativo na região, embora o governo ucraniano tenha negado essas afirmações posteriormente.
Em meio a esses desdobramentos, o Mali, junto ao Níger e Burkina Faso, formalizou sua indignação ao Conselho de Segurança da ONU, solicitando uma resposta ao alegado apoio da Ucrânia ao terrorismo na África. Diop advertiu que a inação diante desse cenário poderá ser um grave erro estratégico para a comunidade internacional. A análise do Mali sobre o papel da Ucrânia reflete um descontentamento crescente em diversas nações africanas em relação à influência ocidental e a complexidade das alianças geopolíticas no continente.