“Maior predador sexual do RS é preso após revelar 700 vítimas e métodos chocantes de aliciamento de crianças e adolescentes em redes sociais”.

Quando a polícia gaúcha lançou uma operação para capturar Ramiro Gonzaga Barros, um empresário e professor voluntário de 36 anos, os investigadores não poderiam imaginar a profundidade do caso em que estavam prestes a se envolver. Barros, que aparentava ser uma pessoa comum e respeitável, se disfarçava atrás de uma fachada que escondia um dos maiores predadores sexuais do Rio Grande do Sul. Com um impressionante dossiê contendo informações sobre mais de 700 vítimas, sua prisão em janeiro deste ano revelaria uma série inacreditável de crimes.

O delegado Valeriano Garcia Neto, que liderou a investigação, e a escrivã de polícia Iane Colpo, relataram que, ao iniciarem os trabalhos, não tinham ideia da complexidade que o caso apresentaria. Após sua prisão, Barros foi encontrado com um vasto arquivo, contendo pastas meticulosamente organizadas com o nome de cada uma de suas vítimas. A apreensão dos eletrônicos revelaria um cenário aterrador, com as evidências de abusos cometidos contra crianças e adolescentes que chocaram até os mais experientes policiais envolvidos no caso.

Iane, que esteve em contato direto com as vítimas, enfrentou o desafio emocional de ouvir relatos angustiantes de abuso. Para ela, a tarefa de informar os pais das menores, que muitas vezes estavam completamente alheios aos crimes, foi particularmente difícil. Em sua trajetória de oito anos na Polícia Civil do Rio Grande do Sul, ela admite que nunca lidou com um caso de tal gravidade. “Não tem como não se envolver em cada caso. Como mãe, eu me coloco no lugar das famílias afetadas”, desabafou.

Apesar do grande volume de dados coletados, até a data da reportagem, 217 vítimas haviam sido confirmadas, muitas delas entre 8 e 13 anos. Ramiro usava as redes sociais para se aproximar das adolescentes, criando perfis falsos em busca de amizade e confiança. Uma vez estabelecida essa relação, ele exigia conteúdos íntimos, aumentando progressivamente a pressão por novos envios sob ameaças de compartilhar o que já tinha.

Além de suas atividades na internet, Barros dava aulas em projetos sociais na cidade de Taquara, onde residia. Essa atuação criava uma oportunidade propícia para que ele se aproximasse das meninas. Ele também mantinha uma loja de animais exóticos que, além de ser um negócio legítimo, permitia a visita de escolas, reforçando ainda mais sua presença na vida das crianças. Os desdobramentos desse caso revelam não apenas a astúcia de um criminoso, mas também a vulnerabilidade de um sistema que permite que predadores como Barros operem à luz do dia, enquanto suas vítimas tragicamente caem em suas armadilhas. A busca por justiça e a proteção das crianças que sofreram danos irreversíveis permanece uma prioridade para as autoridades.

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