A história de Liu Bitong está relacionada ao assassinato do comerciante chinês Zhenhui Lin, que vendia capinhas de celular na região da 25 de Março, em São Paulo. O homicídio de Zhenhui, ocorrido em 2015, revelou o modus operandi do Grupo Bitong, uma organização criminosa que controla o comércio desse produto na região. Segundo a investigação, o grupo exigia altos pagamentos dos comerciantes concorrentes, ameaçando aqueles que se recusassem a pagar.
Zhenhui, antes de sua morte, chegou a efetuar diversos pagamentos à máfia chinesa, totalizando entre R$ 150 mil e R$ 180 mil, segundo depoimentos de testemunhas protegidas. A partir dessas informações, a polícia identificou os responsáveis pelo assassinato e pelos crimes do Grupo Bitong, entre os quais estava Liu Bitong. O mafioso e seus comparsas tiveram a prisão decretada em 2017, mas somente agora Liu foi capturado e levado para a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo, onde aguarda a decisão da Justiça.
Durante todo o período em que esteve foragido, Liu Bitong utilizou endereços falsos e chegou a ter seu nome incluído na lista da Difusão Vermelha da Interpol. As autoridades tentaram localizar seu paradeiro de diversas maneiras, inclusive procurando por registros de óbito do criminoso. Apenas em junho de 2020, houve registro de sua entrada no Brasil, sem informações sobre sua saída do país desde então.
A prisão de Liu Bitong encerra uma longa busca das autoridades pela captura do mafioso chinês, pondo fim a uma história de terror e violência que assolou os comerciantes chineses na região da 25 de Março, em São Paulo.