O processo eleitoral no país, frequentemente alvo de suspeitas e críticas internacionais, foi defendido com veemência por Maduro, que o descreveu como “exemplar”. Em um discurso assertivo logo após a confirmação do CNE, o presidente reeleito pediu respeito à vontade popular e declarou a integridade do sistema eleitoral venezuelano.
Durante seu pronunciamento, Maduro mencionou um ciberataque que supostamente teve como alvo o sistema de transmissão de votos do país, insinuando que a tentativa de fraude poderia ter origem externa. Sem citar diretamente, ele fez uma referência aos Estados Unidos, sugerindo que o ataque poderia ter vindo da nação norte-americana. “Queriam impedir que tivéssemos o resultado oficial para dizer que houve fraude”, acusou ele, reforçando que a Venezuela se abstém de interferir em eleições de outros países, em uma crítica velada à política externa dos EUA.
Em meio a um cenário político e econômico turbulento, Maduro prometeu um futuro de paz e estabilidade. “Hoje pela manhã vou firmar decreto para convocar diálogo com todos setores econômicos, sociais e culturais do país”, anunciou ele, em uma tentativa de apresentar um governo disposto ao diálogo e à reconciliação nacional. Seus agradecimentos foram dirigidos a aliados tradicionais, como Cuba, Bolívia e Nicarágua, países que mantêm uma relação estreita com o regime chavista.
No entanto, não faltaram provocações em seu discurso. Maduro não poupou críticas ao presidente argentino Javier Milei, a quem chamou de “nazifascista,” exacerbando as tensões já existentes entre os dois líderes. As palavras de condenação refletem a polaridade ideológica que marca as relações diplomáticas da Venezuela com diversos países da região.
Internacionalmente, a reeleição de Maduro será certamente recebida com reações mistas. Enquanto alguns países continuarão a apoiar o governo venezuelano, outros denunciarão o processo eleitoral como fraudulento e ilegítimo. Apesar das promessas de paz e estabilidade, o futuro do país permanece incerto e a comunidade internacional seguirá observando atentamente os próximos movimentos do governo de Maduro.