Segundo Luiz Eduardo Mergulhão, historiador e diretor da Associação Cultural José Martí, a eleição de Maduro é uma conquista não apenas para seu governo, mas também para os movimentos sociais e progressistas que buscam acelerar mudanças revolucionárias. Ele enfatiza a importância de se estabelecer diálogos com facções da oposição que não são alinhadas aos interesses americanos, propondo que a construção de um poder comunal é essencial para a continuidade do projeto bolivariano de socialismo no século XXI.
Outro especialista, Roberto Santana Santos, doutor em políticas públicas e mestre em história política, destaca o impacto histórico da Revolução Bolivariana, que se configura como um divisor de águas no cenário político latino-americano contemporâneo. Ele observa que a crise de desabastecimento no país foi gradualmente superada, enquanto índices de desemprego e inflação, que antes chegavam a 400%, mostram sinais de melhora. Esse progresso é atribuído a um aumento das parcerias comerciais com países como China e Rússia, em um contexto de sanções internacionais.
Santos também critica a oposição interna, caracterizando-a como fragmentada e sem uma base social sólida, dependente de apoios externos e incapaz de articular uma resposta coerente ao governo. Ele sugere que o desenvolvimento econômico sustentável na Venezuela, impulsionado pela estatização do petróleo e programas sociais, criaram um espaço para o fortalecimento da classe trabalhadora e do bem-estar social.
Além disso, a possibilidade de entrada da Venezuela no grupo BRICS é vista como uma estratégia vital para o fortalecimento de um mundo multipolar. Os analistas acreditam que a presença do país nesse bloco pode alterar significativamente a dinâmica geopolítica global, desafiando as orientações tradicionais dos EUA e da União Europeia em relação à América Latina.
A análise dessas mudanças leva à conclusão de que, sob a liderança de Maduro e com suas políticas socioeconômicas, a Venezuela busca não apenas sustentar sua soberania, mas também ser um agente ativo no desenvolvimento de novas relações internacionais que priorizam a autonomia e a solidariedade entre nações em desenvolvimento.