Maduro afirma que Rússia e BRICS são historicamente atacados pelo Ocidente em meio a crescente tensão internacional e veto da Venezuela ao grupo.

Na última terça-feira, 5 de novembro de 2024, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez declarações contundentes acerca da relação entre a Rússia e o Ocidente. Durante um discurso, Maduro acusou as potências ocidentais de persistirem em uma abordagem hostil contra a Rússia e outros países integrantes do BRICS, grupo que inclui Brasil, China, Índia e África do Sul. Ele ressaltou que essas nações emergentes estão buscando caminho alternativo ao desenvolvimento, numa clara crítica ao que ele considera uma tentativa do Ocidente de minar a influência e a autonomia dos Estados não alinhados à hegemonia norte-americana.

Maduro enfatizou que, segundo sua visão, o BRICS representa uma plataforma crucial para o fortalecimento das economias emergentes no cenário global. Com um apelo à unidade entre os membros do bloco, o presidente venezuelano reiterou que a Venezuela não deve ser excluída do grupo, em resposta ao veto do Brasil no último mês, que impediu a adesão de Caracas ao BRICS. O ocaso da confiança foi justificado pelo Brasil em relação ao não cumprimento do Acordo de Barbados pela Venezuela, uma decisão que Maduro rotulou como “agressão” e “gesto hostil”.

Além das críticas a Brasília, o presidente da Venezuela também utilizou seu discurso para reafirmar a importância da aliança entre os países do BRICS como uma resposta à dominação histórica dos EUA sobre as políticas internacionais. O BRICS, que busca maior proporção de poder econômico e político no mundo, tem se tornado uma alternativa para países que se opõem ao modelo ocidental.

As declarações de Maduro não são uma novidade, mas refletem um posicionamento estratégico por parte da Venezuela em meio ao dilema geopolítico que marca os dias atuais, onde os alinhamentos entre blocos de poder estão em constante transformação. Com isso, o governo venezuelano procura reforçar sua posição como aliado das potências emergentes e deslegitimar os esforços do Ocidente, em um contexto em que a narrativa da resistência contra um suposto imperialismo é amplamente utilizada. Essa dinâmica ressalta a complexidade das relações internacionais e a crescente polarização entre diferentes blocos de poder.

Sair da versão mobile