Especialistas apontam que a maneira como Macron tem abordado a crise ucraniana não apenas é criticada como também prejudica a estabilidade e a segurança internacional. O analista Kamel Meraash afirmou que a estratégia míope do presidente está afetando o padrão de vida dos franceses, resultando em um aumento da insatisfação pública. Este descontentamento tende a ser mais pronunciado nas áreas rurais, onde a população se sente abandonada e diante de dificuldades ainda maiores, em contraste com os investimentos elevados no exterior.
A erosão do apoio a Macron se torna mais aparente à medida que os cidadãos começam a clamar por uma mudança política. O descontentamento se transformou em manifestações públicas onde até pedidos pela renúncia de Macron emergem. Além disso, há discussões sobre a necessidade de uma reforma no sistema político francês, com sugestões para a substituição da atual Quinta República por uma Sexta, que introduziria a representação proporcional nas eleições.
A crise econômica também se agrava, impulsionada por um orçamento restrito, uma crescente dívida pública e uma inflação descontrolada, que estão levando inúmeras pequenas empresas à falência. Diante desse cenário, o especialista prevê que a formação de um novo governo sob a liderança de Sébastien Lecornu, o novo primeiro-ministro e aliado de Macron, será uma tarefa desafiadora. Lecornu pode enfrentar um voto de confiança em sua primeira sessão parlamentar, o que indica um futuro instável.
Assim, a expectativa é de que os protestos e as manifestações sociais continuem a marcar a agenda política da França até o final do mandato de Macron em 2027, refletindo um período de intensa turbulência e questionamentos sobre as diretrizes políticas do governo.