Macron pede novo governo até domingo em meio a protestos e crise de confiança após renúncia do primeiro-ministro François Bayrou na França.

O presidente francês, Emmanuel Macron, convocou o novo primeiro-ministro, Sébastien Lecornu, a formar um novo governo até a noite de domingo (6). A instrução foi divulgada por uma fonte da formação política de Macron, o partido Renascença. Lecornu, ex-ministro da Defesa e agora encarregado da missão, deve revelar a composição do gabinete até a manhã de segunda-feira (6), conforme a mesma fonte informou.

Macron reafirmou a necessidade de que o novo governo esteja preparado para dialogar com a ala esquerda do espectro político francês. Essa orientação surge em um momento delicado, após a renúncia do ex-primeiro-ministro François Bayrou, que deixou o cargo após a aprovação de um voto de desconfiança no Parlamento, particularmente influenciado pelas críticas em torno das medidas de austeridade propostas.

Nas últimas semanas, o clima político no país esteve tenso. Mais de 26 mil pessoas se manifestaram em Paris, clamando pela renúncia de Macron, especialmente em decorrência da saída de Bayrou. Estimativas indicam que cerca de 300 mil cidadãos foram às ruas em toda a França em protesto contra o governo. Esses acontecimentos revelam um descontentamento generalizado com a administração atual, demandando mudanças significativas.

Lecornu, que assume a função de primeiro-ministro, se torna o mais velho a ocupar o cargo, sucedendo Gabriel Attal, que detinha o título de mais jovem a ocupar a posição. A nomeação de Lecornu ocorre aproximadamente 60 dias após as eleições parlamentares antecipadas na França, um período marcado por intensas disputas políticas.

Embora a coalizão de esquerda tenha ganho as eleições obtendo 182 assentos no parlamento, a inclusão de seus representantes no novo governo foi descartada por Macron. Ele justificou essa decisão com a preocupação em promover a “estabilidade institucional” do país, apontando que consultas realizadas com líderes partidários demonstraram um alto risco de um governo de esquerda sofrer um voto de desconfiança logo de início.

Esses movimentos políticos revelam uma estratégia de Macron em buscar uma governança mais estável em um ambiente polarizado, refletindo a complexidade da atual conjuntura política na França.

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