Durante essa reunião, as motoristas de aplicativo destacaram diversas problemáticas que enfrentam no exercício de suas atividades. Uma das principais questões levantadas foi o preconceito de gênero, que se manifesta de forma forte e constante. Infelizmente, ainda há um estigma de que mulheres não sabem dirigir, um estereótipo que permeia a sociedade e afeta diretamente as condições de trabalho dessas profissionais, que dependem dessa atividade para sobreviver.
Dayanna Fragoso, uma das motoristas presentes no encontro, relata que as agressões, verbais e não verbais, são constantes. Tanto homens quanto mulheres acabam perpetuando atitudes discriminatórias. “O tempo todo a gente sente essa necessidade de ser mais segura, o tempo todo a gente vê não só homens, mas também mulheres fazendo essa agressão contra a gente”, desabafa Dayanna.
Outra preocupação apontada pelas motoristas é o assédio sofrido no exercício de suas atividades profissionais. Para enfrentar esse problema, a Prefeitura de Maceió lançou, no mês de agosto deste ano, a campanha “Corrida Segura”, buscando capacitar tanto motoristas de transporte público quanto os de aplicativos de transporte sobre como lidar com essa violência, além de oferecer um acolhimento adequado e humanizado às vítimas.
Além disso, a iniciativa busca criar uma rede de apoio para as motoristas, com a conscientização da população e a divulgação de canais de ajuda, por meio da adesivação dos veículos pessoais e dos transportes públicos. Dessa forma, as motoristas poderão contar com um suporte mais efetivo em caso de agressões ou assédio.
A secretária da Mulher, Pessoas com Deficiência, Idosos e Cidadania, Ana Paula Mendes, enfatiza a importância desse encontro e ressalta que é fundamental aumentar o número de mulheres motoristas, assim como garantir a segurança e o respeito a essas profissionais.
As mulheres motoristas que estiveram presentes nesse encontro demonstraram sua força e coragem ao expor as dificuldades enfrentadas no exercício da profissão. É fundamental que as políticas públicas sejam desenvolvidas e implementadas para que essas profissionais possam exercer suas atividades de forma segura, livre de preconceitos e assédios. A luta por igualdade de gênero deve se estender a todas as esferas da sociedade, incluindo o mercado de trabalho, garantindo oportunidades e respeito a todas as mulheres.
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