Com quase 60 anos de sala de aula, Erivaldo não lembra os números exatos, mas acredita que passou por centenas de turmas e formou milhares de estudantes. Ele passou por várias unidades escolares, sendo 13 anos na Escola Neide França, na qual lecionou para alunos dos 6º ao 9º anos e da Educação de Jovens, Adultos e Idosos; um ano na Escola Municipal Zumbi dos Palmares, no Clima Bom; e como horista nas escolas Orlando Araújo, Dom Antônio Brandão, Pio X, Lenilto Alves, Eulina Alencar, entre outras.
Até o dia 31 de janeiro, Erivaldo estava lecionando na Escola Neide França, onde era chamado de “atentai” ou “amigão” pelos alunos. Nascido em Atalaia, município do interior de Alagoas, ele foi criado e começou a estudar boa parte da infância e adolescência em São Miguel dos Campos. Filho de um agricultor analfabeto e uma dona de casa, Erivaldo foi o único dos 11 filhos que conseguiu fazer curso superior.
Ele iniciou sua carreira como professor na rede estadual em 1994, depois de fazer concurso da Prefeitura de Maceió e lecionar na escola municipal. Erivaldo deixa um legado na escola e na comunidade onde trabalhou por anos, participando de projetos ambientais e realizando ações de conscientização da preservação ambiental.
A diretora da Escola Neide França, Alessandra de Almeida, enfatizou o compromisso que o professor teve nesses anos na unidade. “O professor Erivaldo trabalhou conosco contribuindo com a aprendizagem dos nossos estudantes. Vários alunos que se formaram ainda procuram o professor, às vezes perguntam se o professor ainda trabalha aqui. É um professor que só tem a agregar, sabe discutir, sabe dialogar, jamais faltou com respeito com alguém aqui nesse espaço. A gente só tem a agradecer e desejar tudo de bom pra ele”, reconheceu.
Os alunos também se manifestaram sobre a saída do professor, evidenciando o impacto positivo que ele teve em suas vidas. Vasti Bento, Esther de Lima e André dos Santos destacaram a seriedade, o bom humor e a dedicação de Erivaldo como professor.
Ao formalizar sua aposentadoria, o professor não sabe ao certo o que fará, mas pensa em focar nos esportes. “Se aparecer algo, eu penso muito em me dedicar ao esporte, porque sou corredor, vou ter mais tempo para me dedicar a correr e a frequentar mais a academia, porque tudo isto é saúde, a gente melhora muito as condições do corpo, né?!”, concluiu.
Erivaldo deixa um legado na comunidade escolar e seguirá sendo lembrado como um exemplo de dedicação e comprometimento. Com uma carreira marcada pela paixão pelo ensino e pela formação de milhares de estudantes, Erivaldo Ribeiro de Almeida será sempre lembrado como “atentai” ou “amigão” pelos alunos e colegas.