MACEIÓ – Maceió promove encontro inédito para discutir inclusividade de mulheres lésbicas e transexuais com deficiência nos serviços públicos.



Em um marco significativo para a promoção da inclusão e da igualdade, Maceió foi palco nesta quinta-feira (10) de um evento inédito centrado nas experiências e desafios enfrentados por mulheres lésbicas e transexuais, incluindo aquelas com deficiências. Intitulado “Day Chá com Elas”, o encontro, promovido pela Secretaria da Mulher, Pessoas com Deficiência, Idosos e Cidadania (Semuc), reuniu diversas vozes no auditório da Prefeitura para uma discussão aprofundada sobre as barreiras ainda vividas por essa parcela da população.

A preocupação com a forma como essas mulheres são acolhidas nos serviços de saúde e segurança dominou a pauta. Graciele Oliveira, que preside a Associação de Surdos de Alagoas, trouxe um relato importante ao compartilhar suas experiências pessoais enquanto mulher lésbica. Segundo ela, em delegacias, a ausência de intérpretes de Libras gera situações constrangedoras e insuficientes, questão que também se reflete no setor de saúde. Graciele destacou casos de recebimento de medicações equivocadas, ilustrando a gravidade e urgência das dificuldades enfrentadas.

Sophia Braz, coordenadora da Diversidade Sexual da Semuc, frisou que o evento foi um esforço para “abraçar as dificuldades da população lésbica, transsexual e bissexual de Maceió” e garantir um espaço de escuta ativa. A proposta é entender verdadeiramente as demandas dessas mulheres para integrá-las nos programas oferecidos pela Prefeitura, promovendo assim uma inclusão social efetiva.

Para a secretária da Mulher, Sarah Nunes, o rompimento das barreiras entre as pautas de gênero e deficiência é crucial. Ela defendeu que ouvir atentamente as dificuldades relatadas é o primeiro passo para a formulação de políticas públicas que realmente atendam às necessidades das mulheres LGBT com deficiência.

A promotora de Justiça Lívia Malta participou do encontro, abordando questões essenciais de violência de gênero em relações homoafetivas e destacando instrumentos legais como a Lei Maria da Penha, que podem oferecer proteção a essas mulheres. O evento contou ainda com a presença de grupos de mulheres, membros de sindicatos e mães de pessoas LGBT, todos unidos pelo propósito comum de promover uma sociedade mais justa e inclusiva.

Esta iniciativa demonstra o compromisso de Maceió em buscar soluções e criar políticas públicas que respeitem a diversidade e assegurem direitos iguais a todos os seus cidadãos, especialmente aqueles que, por circunstâncias diversas, enfrentam marginalização e exclusão no dia a dia. Um esforço que, sem dúvida, merece ser ampliado e replicado em outros contextos.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo