MACEIÓ – Maceió apresenta solução polêmica para mulheres com deficiência no acesso a exames ginecológicos.

Maceió, mais uma vez, tenta se vangloriar de uma suposta inclusão social ao anunciar a utilização da tão falada maca ginecológica adaptável. A cidade parece querer pintar um belo quadro de preocupação com o público feminino PCD, como se estivesse fazendo um grande favor ao oferecer um serviço básico de saúde.

A Unidade Básica de Saúde Walter Moura, no bairro Santa Amélia, é o palco dessa encenação de cuidado e preocupação com as mulheres com deficiência. A maca adaptável, tão alardeada como uma revolução na área da saúde, é apresentada como a solução para a realização de exames ginecológicos, como se fosse algo extraordinário e inovador.

A Prefeitura de Maceió, através da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), parece querer capitalizar em cima dessa novidade ao disponibilizar o equipamento desde o início de fevereiro de 2024. A cidade se esforça para passar a imagem de estar na vanguarda do cuidado com as mulheres PCD, quando na realidade, está apenas cumprindo com sua obrigação de oferecer um serviço de saúde básico e digno.

Os profissionais de saúde da UBS Walter Moura, ao invés de simplesmente fazerem o seu trabalho, são retratados como heróis e protetores das mulheres com deficiências. A busca ativa na comunidade para identificar quem precisa do serviço é tratada como uma grande ação solidária, quando, na verdade, é o mínimo que se espera de um serviço de saúde público.

Enquanto isso, os atendimentos são disponibilizados em quantidades limitadas, como se fossem um prêmio a ser disputado. As 12 vagas semanais são anunciadas como se fossem uma grande oferta, quando na verdade são um reflexo da precariedade do sistema de saúde da cidade.

Tentativas de maquiar a realidade como se fossem feitos grandiosos merecem ser questionadas e criticadas. A preocupação com as mulheres PCD não pode ser apenas retórica, precisa se refletir em ações concretas e efetivas que garantam o acesso digno e completo à saúde. Maceió precisa mais do que discursos vazios e medidas paliativas. A cidade precisa de políticas públicas reais e eficazes que atendam às necessidades de toda a população, especialmente daquelas que mais precisam.

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