O empreendimento teve início em maio do mesmo ano, destacando-se como uma iniciativa educativa sem precedentes no estado. Segundo Jeff Simons, coordenador do Núcleo de Línguas Estrangeiras da Semed, a conclusão do curso é um marco simbólico que inaugura a jornada educacional destes indígenas no Brasil. Simons destacou que, até então, o ensino de idiomas estrangeiros na instituição era direcionado a brasileiros, tornando essa experiência única e desafiadora. “Foi um processo inverso, mas essencial, pois colabora para a inclusão social desses indivíduos, transformando-os em cidadãos aptos a buscar educação continuada e inserir-se no mercado de trabalho”, afirmou.
Para atender às necessidades específicas dos alunos Warao, as aulas seguiram um formato bilíngue, algo inovador em Alagoas. Elton Ferreira, professor de português e espanhol do Núcleo, explicou que a língua Warao carece de termos equivalentes para palavras comuns em português, como “colher”. Esse desafio exigiu o desenvolvimento de métodos didáticos para superar a barreira linguística e demonstrou a importância do domínio da língua do país de acolhimento para o exercício pleno de cidadania.
A assistência social Fariza Omena, da Casa de Acolhimento para Indígenas, reafirmou a importância da parceria com a Semed. “Em menos de um ano de curso, os resultados são expressivos. A fala dos pais na língua portuguesa impacta positivamente as crianças e adolescentes que já frequentam a escola, tornando-os mais independentes”, relatou, sublinhando que a conquista tem efeitos benéficos para toda a comunidade.
Argenis Marcano, líder dos Warao, compartilhou a alegria pela conquista e manifestou o desejo de continuar avançando no aprendizado. Sua esposa, Cecília Marcano, também expressou entusiasmo pela capacitação recebida. Este momento reflete um importante passo para a integração e crescimento social dos Warao em terras alagoanas, evidenciando o poder transformador da educação e do acolhimento cultural.
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