Os representantes do Movimento Luto por Bebedouro, Israel Lessa e o advogado Bruno Araújo, apresentaram ao coordenador da Defesa Civil de Maceió, professor Abelardo Nobre, o laudo independente feito por um engenheiro civil no Flexal de Baixo e no Flexal de Cima. O levantamento mostra que de cada quatro casas, três apresentam danos estruturais compatíveis com os encontrados nos imóveis que foram incluídos na área de criticidade máxima, com risco severo de desabamento.
Abelardo Nobre se mostrou surpreso e confessou que a administração anterior não deu ciência deste documento na transição da gestão do prefeito Rui Palmeira (sem partido) e João Henrique Caldas (PSB).
Além de apresentar o laudo, confeccionado em agosto do ano passado e que já foi entregue ao Ministério Público Federal (MPF), Israel Lessa ainda protocolou um requerimento com o resumo de todas as demandas dos moradores e empreendedores da região afetada pela mineração da Braskem.
“Dentre tantos pontos elencados no requerimento, solicitamos da Defesa Civil uma atenção especial para a situação dos moradores e empreendedores do Flexal de Baixo e de Cima, como também da Rua Marquês de Abrantes. O coordenador foi muito receptivo às demandas e enfatizou que é uma preocupação imediata da Defesa Civil o monitoramento das três localidades apontadas pelo Luto por Bebedouro, tanto que ali mesmo ele solicitou a um dos seus técnicos que direcionasse o monitoramento de interferometria àquela área, com vistas a obter as informações de subsidência e movimentação de solo”, destaca Israel Lessa.
Durante a reunião com a Defesa Civil, o representante do Luto por Bebedouro ressaltou a situação que tem sofrido os moradores que das áreas remanescentes. “Os moradores estão isolados, sem posto de saúde, escolas, farmácias, padarias, supermercados nem mercadinhos, com transporte coletivo restritíssimo e em muitos pontos sem qualquer opção de transporte público. Muitos foram vítimas de assaltos, chegam em casa e estão sem energia elétrica porque os cabos foram roubados, veem as casas dos vizinhos que foram desocupadas sendo usadas para consumo de entorpecentes e como esconderijo para assaltantes”, enumera.
“Isso tudo é preocupante não somente no quesito segurança e estrutura, mas saúde física e mental também. Essas famílias se sentem abandonadas e ainda sofrem com as rachaduras que se multiplicam pelas casas. Ouvimos que este isolamento dos moradores das áreas remanescentes também é uma preocupação da Defesa Civil e da nova gestão municipal. É mais um passo dado pelo Movimento Luto por Bebedouro para a ampliação do mapa e consequentemente desfazer a injustiça praticada contra os moradores afetados”, completa Israel Lessa.