A administração do presidente Jimmy Carter (partido Democrata) tornou-se conhecida por suas fortes críticas aos abusos cometidos pela ditadura, que incluíam perseguições, prisões arbitrárias e práticas de tortura. O regime militar classificou essas denúncias como uma “interferência indevida na soberania nacional”, um argumento que parece ecoar as palavras de Lula diante das críticas da política externa americana. Tal postura reflete uma estratégia de desvio de atenção que, na época, foi utilizada para minimizar os crimes contra os direitos humanos.
Além dessas questões diplomáticas, o governo Lula tem demonstrado uma mobilização significativa com relação às emendas parlamentares. Em apenas duas semanas, desde o dia 12 de setembro, a gestão petista distribuiu R$ 3 bilhões em emendas, totalizando R$ 13,4 bilhões em emendas ao longo do ano. Mesmo enfrentando desafios no Congresso, como a criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, a administração conseguiu garantir a aprovação de um relator simpático à sua causa e avançar na isenção do imposto de renda.
A maior emenda individual, concedida ao estado do Ceará, foi de R$ 34,3 milhões, enquanto o governo já destinou um total de R$ 20,8 bilhões em emendas para este ano, conforme os dados do Portal da Transparência. Num momento em que o país se prepara para desembolsar quase R$ 4 trilhões em impostos até o final do ano, a gestão petista parece focar em um discurso de defesa nacional e em medidas que buscam consolidar seu apoio político frente a um cenário legislativo desafiador.
Por fim, a relação entre Executivo e Legislativo e as manobras que ocorrem nos bastidores, como a recente escolha do novo ministro do Turismo, refletem as tensões internas que cercam a administração. Em meio a complexidades políticas, a figura do presidente continua a ser central em um enredo que mistura desafios clássicos das democracias e práticas antigas que remontam a períodos controversos da história brasileira.