Lula se Autointitula Síndico do País e Defende Respeito aos Empresários e Valorização do Salário Mínimo

Em discurso realizado nesta quarta-feira, 31, em Várzea Grande, Mato Grosso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou o respeito com que trata a classe empresarial e comparou sua função à de um síndico administrando o país. A declaração foi feita durante uma solenidade voltada para debater obras de infraestrutura aeroportuária, onde Lula destacou a importância de administrar o Brasil com respeito a todos os setores da sociedade.

“Eu duvido que haja algum país onde os empresários sejam tratados com o respeito que nós conferimos a eles. Duvido. E por que fazemos isso? Porque o Brasil não me pertence. Eu sou apenas o síndico deste país. E o síndico sabe que deve tratar todos os moradores com respeito e igualdade de condições. Caso contrário, é até perigoso ele descer o elevador sozinho”, afirmou o presidente, destacando a necessidade de um tratamento equitativo.

Além da questão empresarial, Lula também abordou a política de valorização do salário mínimo, uma marca de sua gestão. Ele argumentou que a circulação de dinheiro é vital para a economia, ao contrário de os recursos ficarem estagnados em contas que visam apenas a compra de dólares. Segundo o presidente, a distribuição de recursos é um elemento crucial para o funcionamento do ciclo econômico do país.

Lula aproveitou a ocasião para falar sobre a reforma tributária, um tema de grande relevância no cenário político atual. Ele manifestou confiança de que a tramitação no Senado, que ainda está em processo, será tão ágil quanto foi na Câmara dos Deputados. “Ainda falta um pouquinho da reforma tributária no Senado, mas eu tenho certeza que lá a coisa vai fluir com a mesma rapidez que fluiu na Câmara”, afirmou o presidente.

A parte constitucional da reforma tributária foi aprovada em 2023 e, neste ano, dois projetos responsáveis por regulamentar a reforma estão sob discussão. Lula sublinhou a necessidade de negociação entre o governo e o Congresso para viabilizar a aprovação das reformas. “Às vezes o governo pensa que o Congresso precisa aceitar seus projetos sem mais, mas é necessário negociar”, concluiu, ressaltando o papel do diálogo entre os poderes Legislativo e Executivo.

A postura de Lula sinaliza um compromisso com a busca pelo equilíbrio e pela justiça social, aspectos essenciais para o desenvolvimento sustentável do país. Com essa abordagem, ele pretende não apenas manter uma relação amistosa com os empresários, mas também impulsionar a economia através da valorização do trabalho e da implementação de uma reforma tributária eficaz.

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