A decisão de proibir a linguagem neutra é uma resposta a um contexto jurídico específico. Nos últimos anos, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem proferido diversas decisões que invalidaram legislações estaduais e municipais que tentavam implementar regras de uso de linguagem neutra em níveis mais localizados. Conforme os ministros da Corte, apenas a União teria a competência para estabelecer diretrizes linguísticas que se aplicam ao setor público, o que gerou um vácuo legislativo que agora foi preenchido pela novalei.
A elaboração da lei reflete o desejo do governo em unificar a forma de comunicação dentro da administração pública, facilitando a compreensão e evitando ambiguidades que poderiam surgir no entendimento dos textos oficiais. Apesar de a linguagem neutra ter sido amplamente discutida e adotada em algumas esferas da sociedade civil e entre grupos que buscam promover maior inclusão, a nova norma demonstra uma clara intenção de manter a tradição linguística.
Entretanto, a proibição gerou reações diversas na sociedade. Defensores da linguagem neutra argumentam que a linguagem é uma ferramenta de inclusão que reflete a diversidade de gênero presente em nossa sociedade, enquanto críticos veem a medida como necessária para manter a clareza e a coerência na comunicação pública. O debate sobre a linguagem e sua função na promoção da inclusão continua fervoroso, e a nova lei certamente será objeto de discussões acaloradas entre diferentes setores da sociedade.
