Ao retornar a Brasília, Lula leva consigo não apenas memorandos de entendimento, mas também um compromisso renovado de intensificar os laços comerciais, especialmente com a Malásia. O presidente afirmou que o Brasil está de “braços abertos” para empresários mala do país, alinhando-se à política externa de seu governo, que busca ampliar as parcerias e fortalecer a multipolaridade nas relações internacionais.
A participação do Brasil na Cúpula da ASEAN é vista como um passo significativo neste momento de reestruturação do comércio global. O Sudeste Asiático é considerado um novo centro de gravidade econômica, substituindo a influência histórica do Atlântico Norte. Esse cenário é amplamente reconhecido por analistas, que apontam que os países daquela região apresentam um potencial comercial significativo, com um PIB agregado superior a 10 trilhões de dólares.
Ao lado de aproximadamente 100 empresários e ministros de Estado, Lula não só expressou o interesse em diversificar as parcerias comerciais, como também assinou acordos relevantes na área de semicondutores. Essa medida é especialmente pertinente, considerando os desafios enfrentados pelo setor automobilístico no Brasil devido à escassez desse insumo crucial para a montagem de veículos. A colaboração com a Malásia, já estabelecida em eventos anteriores, visa garantir que o Brasil não fique para trás na chamada Quarta Revolução Industrial.
Além dos acordos econômicos, a agenda de Lula enfatizou a cooperação em desenvolvimento sustentável, um tema particularmente relevante dado que muitos países do Sudeste Asiático enfrentam sérios desafios ambientais e são fortemente impactados por desastres naturais. O Brasil e esses países compartilham preocupações acerca das mudanças climáticas e buscam juntos estratégias de descarbonização e diversificação de suas economias.
Em um contexto mais amplo, a participação do Brasil na ASEAN também abre portas para maior integração do Mercosul com esta importante aliança regional. A presença de Lula como o primeiro presidente brasileiro a participar de uma cúpula da ASEAN é um marco histórico que poderá fortalecer as relações bilaterais e multilateralizar as estratégias comerciais na busca por uma maior segurança econômica no cenário internacional.









