Na mesma ocasião, o Parlamento Europeu aprovou novos mecanismos de salvaguardas para as importações agrícolas discutidas no âmbito do referido acordo, que já se encontra em negociação há 26 anos. O foco dos mecanismos é endereçar as preocupações levantadas por diversos países europeus, especialmente a França, sobre a competitividade da agricultura brasileira.
Lula salientou que a competitividade entre as produções agrícolas do Brasil e da França não deve ser uma barreira à assinatura do tratado. Ele argumentou que as capacidades produtivas são diferentes e que o Brasil tem cedido mais em termos de condições. As críticas à importação de produtos agrícolas do Mercosul, especialmente por parte de Macron, refletem um receio em relação ao impacto que isso poderia ter sobre a agricultura europeia.
A cúpula, que contará com a presença da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, representa uma oportunidade crucial para impulsionar um acordo que poderia diversificar as relações comerciais da Europa com a América do Sul. Na contramão, a França já sinalizou a necessidade de um adiamento da assinatura, citando o formato atual do texto como inviável para o setor agropecuário francês, que teme a concorrência de produtos sul-americanos com preços mais acessíveis.
Enquanto os países como Alemanha, Espanha e Suécia defendem a importância estratégica do Mercosul para mitigar a dependência da China e garantir acesso a produtos essenciais para a transição energética, os opositores do acordo destacam preocupações ambientais e os riscos de que o tratado possa agravar o desmatamento na Amazônia e permitir a utilização de agrotóxicos proibidos na Europa.
O Brasil, por sua vez, tem reafirmado seu compromisso com práticas sustentáveis e a proteção ambiental, embora reconheça os desafios que ainda existem no combate ao desmatamento ilegal. A expectativa é que, na cúpula do próximo sábado, as posições se estreitem em busca de um consenso que possa finalmente viabilizar a assinatura do longo esperado acordo.










