Lula na FAO: “Fome é arma de guerra e reflexo da fraqueza das instituições globais” em discurso contundente sobre segurança alimentar.

Em um cenário crítico de crescente fome global, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu o Fórum Mundial da Alimentação em Roma nesta segunda-feira, enfatizando a interseção entre conflitos armados e políticas protecionistas de nações desenvolvidas, que comprometem a produção agrícola em países em desenvolvimento. Durante seu discurso, Lula afirmou que a fome não apenas representa uma grande tragédia humanitária, mas também se configura como uma ameaça à democracia, salientando que um país soberano deve ser capaz de alimentar sua população adequadamente.

Lula observou que o mundo enfrentaria ainda mais dificuldades sem o multilateralismo, um princípio fundamental diante dos desafios globais emergentes. Essa declaração ecoa as críticas da Organização das Nações Unidas, que denuncia a drástica diminuição do financiamento humanitário enquanto os gastos com defesa seguem em alta. A advogada e especialista em direito internacional Laura Ludovico destacou a conexão entre a fome e o enfraquecimento das instituições multilaterais, como a própria ONU.

Nesse contexto, Ludovico chamou atenção para a crise na Faixa de Gaza, onde a fome se tornou uma verdadeira “arma de guerra”, utilizada como estratégia de controle e punição coletiva. Isso ilustra a impotência das instituições internacionais em responder a crises humanitárias agudas, uma situação que exige um retorno ao multilateralismo verdadeiro, desprendido de interesses de potências específicas.

No Brasil, os resultados das políticas sociais implementadas pelo governo Lula foram evidentes. O país conseguiu, pela segunda vez em sua história, sair do Mapa da Fome, reduzindo a insegurança alimentar a menos de 2,5% da população. Isso reflete um esforço significativo na reconstrução da imagem internacional do Brasil e sua busca por um papel proativo em questões humanitárias.

A implementação do plano “Brasil Sem Fome”, que visa promover práticas agrícolas sustentáveis, foi elevada como um exemplo de soberania alimentar. Nesse sentido, especialistas afirmam que o Brasil não é só um grande exportador de alimentos, mas também um modelo de compromisso social e desenvolvimento econômico.

A interação da política externa brasileira com a temática das mudanças climáticas também foi enfatizada por especialistas. O governo Lula busca integrar o combate à fome com a mitigação das mudanças climáticas, reconhecendo a urgência dessa relação para garantir a segurança alimentar.

Enquanto isso, a ausência dos Estados Unidos de debates cruciais e o fortalecimento do Sul Global indicam uma oportunidade para o Brasil e outras nações em desenvolvimento moldarem suas agendas de acordo com suas realidades. A participação do governo Lula nesse contexto torna-se, portanto, cada vez mais fundamental.

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