Essa pesquisa é significativa, pois pela primeira vez desde março, Jair Bolsonaro (PL) aparece atrás de Lula em um cenário de segundo turno. Segundo o diretor da Quaest, Felipe Nunes, essa mudança reflete o impacto negativo do tarifaço implementado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que teve sua imagem associada ao ex-presidente Bolsonaro. Lula apresentou uma vantagem de seis pontos em comparação ao empate verificado em junho.
O tarifaço também afetou Tarcísio de Freitas, que antes estava em situação de empate técnico com Lula e agora encontra-se em desvantagem de quatro pontos, embora ainda dentro da margem de erro. Além das intenções de votos, os dados indicam uma leve melhoria na percepção pública sobre o governo Lula. A desaprovação caiu de 57% para 53%, enquanto a aprovação subiu de 40% para 43%. A maioria dos entrevistados acredita que tanto Lula quanto o PT estão agindo de forma apropriada diante da crise gerada pelas tarifas.
Outro aspecto importante da pesquisa é a queda na rejeição à reeleição de Lula, que diminuiu de 66% para 58%. Simultaneamente, a rejeição à candidatura de Bolsonaro também diminuiu para 62%, considerando sua inelegibilidade até 2030, determinada pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Entre possíveis alternativas no cenário da direita, Tarcísio de Freitas e Michelle Bolsonaro se destacam, recebendo apoio significativo entre eleitores mais alinhados ao ex-presidente. No recorte das intenções de voto, Lula se mostra forte ao alcançar entre 30% e 32%, dependendo do adversário, e na disputa com Bolsonaro, apesar da inelegibilidade, lidera com 32%.
Nos cenários de segundo turno, Lula mantém uma vantagem clara em todos os confrontos, sendo seu desempenho mais robusto contra Eduardo Bolsonaro (43% a 33%) e o mais disputado contra Tarcísio de Freitas (41% a 37%). A diferença para os demais adversários se mantém entre 5 e 9 pontos percentuais. As análises das oscilações nas intenções de voto nas últimas pesquisas sugerem um fortalecimento de Lula na corrida presidencial, com adversários ainda incapazes de ameaçar sua posição de liderança nas diversas simulações.