O Senado já tem uma data prevista para a sabatina de Messias: 10 de dezembro. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, confirmou que a avaliação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) determinará se o indicado será aprovado. Para que Messias tome posse, é necessária a aprovação de 41 dos 81 senadores. Vale destacar que, desde 1894, o Congresso não rejeita uma indicação presidencial para a mais alta corte do país, o que levanta a expectativa sobre o resultado deste processo.
Aos 45 anos, Messias tem se destacado na Advocacia-Geral da União desde o início do atual mandato de Lula e, se aprovado, poderá permanecer no STF até 2055, quando atinge a idade de aposentadoria compulsória aos 75 anos. Formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, Messias conta com uma trajetória sólida na carreira pública, tendo atuado como procurador da Fazenda Nacional desde 2007.
Entretanto, a indicação de Messias não ocorre sem controvérsias internas. Alcolumbre havia inicialmente defendido o nome do senador Rodrigo Pacheco para a vaga, revelando as divisões políticas que permeiam o processo de seleção. Outra dinâmica importante nesta situação é o seu relacionamento com outros ministros da Corte, especialmente André Mendonça, indicado por Jair Bolsonaro, que tem trabalhado nos bastidores para garantir apoio a Messias.
Além disso, a escolha de um nome evangélico pode ser interpretada como uma estratégia de Lula para se aproximar de uma base eleitorais com a qual ele tem tido dificuldades de diálogo, especialmente considerando o atual cenário político brasileiro. Messias é batista, enquanto Mendonça é presbiteriano, destacando uma importante conexão religiosa que pode influenciar a dinâmica dentro do STF e na relação do governo com o eleitorado evangélico.
Assim, o processo de sabatina de Jorge Messias não apenas reflete a atual configuração do Congresso, mas também os desafios e estratégias de Lula em um tempo de forte polarização. A expectativa sobre a votação no Senado é alta, visto que pode moldar a composição e a atuação do STF nos próximos anos.
