Em meio a este contexto, o jurista e analista geopolítico Hugo Albuquerque fez uma análise sobre as intenções de Lula em relação a Trump. Segundo ele, o presidente brasileiro não tem interesse em estabelecer uma relação próxima com o republicano, mas sim em evitar que Trump o “importune”. Para Albuquerque, a grande preocupação de Lula é manter a situação sob controle, já que um cenário de atrito poderia desestabilizar suas estratégias políticas internas, especialmente em um ano eleitoral.
Albuquerque ainda sugere que, caso o encontro entre os dois presidentes ocorra, ele deve acontecer em um “território neutro”, minimizando a chance de Lula enfrentar situações desconfortáveis, semelhantes ao que ocorreu com o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, em uma visita anterior à Casa Branca. O especialista acredita que ele, sendo um político experiente, buscará uma situação favorável, evitando exposições desnecessárias.
Embora haja incertezas sobre a possibilidade de revogação total de tarifas ou sobre a inclusão de novos itens nas listas de exceção, Albuquerque acredita que sanções como a Lei Magnitsky poderão ser removidas, considerando-as tanto “violentas” quanto “ineficazes”. Ele argumenta que a aproximação dos EUA com o Brasil é impulsionada principalmente pelo aumento dos preços nos mercados americanos, indicando que a mudança na política externa da Casa Branca é uma resposta prática à pressão econômica. Esse cenário revela um momento delicado nas relações Brasil-EUA, em um contexto de redefinição de interesses e de estratégias diplomáticas.