Lula esteve em Pequim no contexto do IV Fórum China-CELAC, um encontro que visa fortalecer laços entre os países da América Latina e do Caribe e a China. Especialistas acreditam que essa visita pode redefinir a política externa brasileira e consolidar o Brasil como um ator fundamental no tabuleiro global. De acordo com Luis Antonio Paulino, professor da Universidade Estadual Paulista, o evento enfatiza a necessidade de relações Sul-Sul, essenciais para enfrentar desafios globais contemporâneos e a pressão dos EUA para isolar Beijing.
A análise da situação sugere que essa aproximação pode abrir novas arenas de cooperação que ultrapassam as áreas tradicionais de parceria, como agricultura e energia. O pesquisador Giles Alejandro Cardozo enfatiza que essa visita é uma oportunidade estratégica para o Brasil se firmar como parceiro prioritário da China, especialmente em um momento onde as tensões comerciais se intensificam.
Recentemente, a China começou a importar soja brasileira em substituição a produtos norte-americanos, representando uma ação significativa nas relações bilaterais. Cardozo ressalta que isso não apenas fortalece o comércio bilateral, mas também abre portas para uma colaboração mais robusta em questões políticas e econômicas.
Além disso, a possibilidade de uma adesão do Brasil à Iniciativa Cinturão e Rota, um projeto ambicioso de infraestrutura e integração econômica promovido pela China, ganhou novo impulso. Essa colaboração poderia facilitar um aumento substancial de investimentos em áreas prioritárias, como tecnologia de comunicação e mineração, essenciais para o desenvolvimento sustentável da América Latina.
Assim, a visita de Lula não somente reforça as relações entre Brasil e China, mas também sinaliza um reposicionamento estratégico do Brasil no cenário global, onde poderá desempenhar um papel mais relevante em um mundo dividido entre as grandes potências.