Lula Encerra Participação na ONU E Ressalta Importância de Diálogo com Trump e Reforma na ONU Após Classificar Conflito em Gaza de Genocídio

Na última quarta-feira, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva concluiu sua participação na Assembleia Geral da ONU com uma coletiva de imprensa marcada por declarações impactantes. Lula expressou satisfação com a interação que teve com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificando-a como uma conexão significativa. Para o presidente brasileiro, esse encontro representa uma oportunidade de estreitar os laços entre as duas nações, independentemente das diferenças ideológicas.

O brevíssimo encontro entre Lula e Trump, revelado pelo americano em seu discurso, trouxe à tona a afirmação de que houve “química” entre eles. Lula não hesitou em confirmar essa percepção e declarou sua confiança de que, com um diálogo aberto, seria possível superar divergências e construir um relacionamento construtivo. “Não importa a orientação ideológica, há muito a discutir entre nós”, enfatizou o presidente brasileiro, que acredita que Trump pode estar mal-informado sobre questões internas no Brasil, como o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Lula, reconhecendo a idade de ambos, estabeleceu um tom de respeito mútuo, ao declarar que tratará Trump com a dignidade que o cargo exige. “Ambos temos responsabilidades que vão além de atitudes pessoais; estamos aqui para servir nossos países e nossos povos”, afirmou.

Durante a coletiva, Lula também se manifestou sobre questões globais, como os conflitos na Ucrânia e em Gaza. Sobre a guerra na Ucrânia, expressou a intenção de utilizar seu contato com Trump para ajudar nas negociações, destacando que a colaboração entre os dois pode ser benéfica. Ao comentar sobre o conflito israelense-palestino, o presidente brasileiro não hesitou em classificar as ações do governo israelense na Faixa de Gaza como “genocídio”, clamando por uma ação mais decisiva do Conselho de Segurança da ONU.

Lula reiterou a necessidade de se criar um Estado palestino, defendendo que a mesma organização que reconheceu o Estado de Israel tem o poder de proporcionar uma solução justa para o povo palestino, em um conflito que já perdura por décadas. Ao abordar a questão da pobreza mundial, o presidente sugere que a alocação de recursos deve priorizar o combate à fome, ressaltando que esse problema é uma questão de vontade política.

Em sua palestra, Lula também ressaltou a importância da ciência nas discussões sobre mudanças climáticas, convidando líderes de todo o mundo, incluindo Trump, para a COP30, que ocorrerá no Brasil. Para ele, a ação efetiva contra as mudanças climáticas deve ser embasada em dados concretos e um compromisso genuíno da liderança global. O presidente finalizou sua coletiva com um apelo por um mundo mais justo, onde a fome e as desigualdades sejam tratadas com seriedade e urgência.

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