Durante o evento com o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim, o presidente brasileiro criticou a guerra entre a Ucrânia e a Rússia, além do conflito no Oriente Médio, referindo-se a este último como um genocídio contra o povo palestino. Lula argumentou que a escalada desses conflitos, assim como os desastres ambientais, são consequências diretas da ineficácia das instituições globais, como o Conselho de Segurança da ONU, que, segundo ele, não desempenha mais seu papel com eficácia.
Lula questionou: “Quem se conforma com a duração da guerra entre Ucrânia e Rússia? E com o genocídio em Gaza?”, manifestando sua preocupação com as formas de violência que vão além das armas e que, segundo ele, incluem a manipulação da fome como um ato de tortura. Ele alertou que, ao normalizarmos essa realidade, nos distanciamos da essência da humanidade. O presidente salientou que a deterioração das estruturas multilaterais contribui para esse cenário.
Outro ponto abordado foi a irresponsabilidade dos países em relação ao meio ambiente. Ele enfatizou que, mesmo sabendo o que destrói o planeta, a falta de ações concretas para reverter o quadro é alarmante: “Como podemos evitar a destruição do planeta?”, questionou, destacando a importância da COP30, que ocorrerá em Belém, como uma oportunidade de agir de forma imediata e verdadeira.
Na sua visita à Malásia, Lula também se mostrou entusiasmado com a possibilidade de uma parceria que vai além dos interesses comerciais, destacando que o intercâmbio atual de cerca de US$ 5,8 bilhões por ano pode ser ampliado através de acordos em ciência e tecnologia. Ele lamentou que há três décadas nenhum presidente brasileiro visitou o país asiático.
Em seus apelos por uma política de humanismo que contrabalançasse os algoritmos do mercado, Lula reafirmou a necessidade de mais alimento e menos armamentos, considerando essa a missão de sua viagem à Malásia. Ele sublinhou a importância de cuidar dos mais pobres, considerando isso quase uma responsabilidade bíblica.
O encontro culminou com o reconhecimento do papel de Lula na liderança global, com a concessão do título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Nacional da Malásia, um gesto que reforça a intenção de promover uma colaboração mais robusta entre os dois países, conforme ressaltou Anwar Ibrahim. A conexão entre Brasil e Malásia, segundo Lula, é um passo fundamental para transformar o futuro de ambos os países em um mundo mais harmonioso e próspero.









