Lula e presidente da Ucrânia finalmente se encontram após meses de desencontros e polêmicas

Após quatro meses de tentativas frustradas, finalmente está marcada uma reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. O encontro está programado para a próxima quarta-feira, à tarde, em Nova York, onde Lula está hospedado em um hotel. Segundo auxiliares do presidente brasileiro, Zelensky aceitou o convite para a conversa.

Essa reunião já era esperada desde maio, durante a cúpula do G7 no Japão, quando os dois presidentes quase se encontraram. Segundo informações do governo brasileiro, foram oferecidos diversos horários para o presidente ucraniano, porém ele não compareceu. Por sua vez, autoridades ucranianas afirmaram que o Brasil demorou a responder ao pedido feito por Zelensky, que já tinha compromissos agendados quando recebeu a oferta de horários.

Esse imbróglio acabou abalando as relações bilaterais entre Brasil e Ucrânia, com Zelensky fazendo declarações polêmicas, sugerindo que Lula repete o que o presidente russo, Vladimir Putin, diz. No entanto, em março deste ano, os dois presidentes já haviam conversado por telefone, quando Zelensky convidou Lula para visitar a Ucrânia.

Durante a Assembleia Geral da ONU, Lula ofereceu dois horários para uma reunião com Zelensky, conforme divulgado pelo líder do governo no Senado, senador Jacques Wagner (PT-BA). A expectativa é que o encontro ocorra após a abertura da Assembleia Geral.

Além dessa reunião, Lula tem uma agenda cheia em Nova York, incluindo um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e outras reuniões. O ex-presidente brasileiro defende a criação de um grupo de países para auxiliar na costura de um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia, e manifestou interesse em discutir essa questão com Zelensky. Porém, o presidente ucraniano ressalta que qualquer negociação teria que estar baseada em condições já apresentadas pela Ucrânia.

Uma das divergências entre os dois líderes é a postura em relação à Rússia. Zelensky gostaria que o Brasil adotasse uma posição mais dura contra o país, enquanto o governo brasileiro condenou a invasão russa à Ucrânia, mas não concorda com a aplicação de sanções econômicas aos russos por parte dos Estados Unidos e da União Europeia.

Vale ressaltar que o assessor especial para assuntos internacionais do Palácio do Planalto, Celso Amorim, visitou Kiev em maio e Moscou em abril, onde se encontrou com Vladimir Putin. O chanceler russo, Sergey Lavrov, também esteve em Brasília e afirmou que Brasil e Rússia compartilham visões comuns sobre a paz mundial.

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