Lula e Janja clamam por combate mais rigoroso à violência contra mulheres após caso de jovem atropelada em São Paulo; presidente critica falhas no sistema penal.

Na última terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou sua preocupação com a crescente onda de violência contra as mulheres, após o trágico caso de Tainara Santos, uma jovem brutalmente atropelada pelo ex-companheiro em São Paulo no último sábado. Tainara, que teve as duas pernas amputadas, permanece em estado crítico, levantando uma onda de indignação e tristeza, especialmente em sua esposa, Janja Lula da Silva.

Durante sua fala, Lula compartilhou que Janja ficou profundamente abalada com a situação da jovem, fazendo um apelo emocionante para que ele adote uma abordagem mais rigorosa no combate à violência de gênero. Ao relatar o impacto que essa tragédia teve em Janja, o presidente enfatizou suas lágrimas e seu clamor por uma resposta mais eficaz do governo frente ao crescente número de casos de feminicídio. “Ela me pediu que eu assumisse a responsabilidade de intensificar a luta contra a violência masculina”, destacou Lula em sua declaração.

Em uma cerimônia realizada no Porto de Suape, em Ipojuca, Pernambuco, o presidente não hesitou em criticar a eficácia do sistema penal brasileiro, que, na sua visão, falha em punições adequadas para agressores. Ele avaliou que as penas impostas em casos de violência extrema são insuficientes, questionando se o Código Penal realmente é capaz de enfrentar a gravidade dos crimes. “Até a morte é uma punição leve para um criminoso desse tipo”, afirmou Lula, expressando sua indignação.

O responsável pela tragédia, Douglas Alves da Silva, de 26 anos, já foi detido. Lula também fez uma contundente crítica às disparidades no sistema judicial, onde agressores com melhores condições financeiras conseguem, muitas vezes, se livrar rapidamente de suas penas, em contraste com indivíduos de classes mais baixas, que enfrentam um rigor excessivo. Diante desse cenário, o presidente defendeu a necessidade de um diálogo nacional que vise fortalecer políticas de combate ao feminicídio e à violência doméstica, destacando a urgência de uma mobilização coletiva em prol de um futuro mais seguro para todas as mulheres.

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