Lula destaca operação contra crime organizado e afirma: luta não pode ser apenas nas periferias, enquanto elites permanecem impunes.

Na última terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um pronunciamento marcante em Manaus, abordando a recente megaoperação policial que ocorreu no final de agosto e que desmantelou um complexo esquema criminoso de combustíveis vinculado ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Lula expressou sua satisfação com os resultados da operação, enfatizando que a ação “finalmente alcançou o andar de cima”, fazendo referência direta ao eixo financeiro da Avenida Faria Lima, em São Paulo, um dos centros financeiros mais importantes do país.

O presidente argumentou que o combate ao crime organizado precisa ir além das periferias urbanas, onde as comunidades frequentemente sofrem com a violência. “Não podemos permitir que indígenas, ribeirinhos e moradores de comunidades sejam os únicos a arcar com os efeitos colaterais da criminalidade, enquanto aqueles com um maior poder econômico ficam impunes”, afirmou. Essa declaração evoca a urgência de tratar as raízes da criminalidade, que muitas vezes são alimentadas por desigualdades sociais.

O esquema investigado movimentava bilhões de reais em recursos provenientes do tráfico de drogas, indicando a profundidade do problema e a necessidade de ações efetivas que ataquem seu núcleo financeiro. Nesse contexto, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, também se pronunciou, buscando desassociar a operação de qualquer relacionamento direto com instituições financeiras ou fintechs. Em uma coletiva de imprensa, Galípolo sublinhou o papel dos prestadores de serviços de tecnologia da informação, que foram identificados como intermediários de transações suspeitas.

Ele anunciou a implementação de novas normas de governança e certificação que visam garantir uma maior transparência nas operações financeiras, enfatizando a importância de proteger o mercado regulado das fraudes e do envolvimento com atividades ilícitas. Essa abordagem reflete uma preocupação com a imagem das instituições e a necessidade de se estabelecer um claro delineamento entre os serviços legítimos e as práticas criminosas, visando fortalecer a confiança do público no sistema financeiro nacional. O cenário atual demanda ação coordenada e eficaz para enfrentar a complexidade do crime organizado e suas ramificações.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo