Uma das principais iniciativas anunciadas por Lula foi a destinação de US$ 5 milhões aos países mais vulneráveis da região, por meio do Fundo Especial de Desenvolvimento do Banco de Desenvolvimento do Caribe, ao qual o Brasil aderiu em 2010. Além disso, o presidente mencionou investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em projetos na Guiana e Suriname, considerados “portas naturais para o Caribe”.
Em um contexto onde a conectividade física entre as nações é vista como o “calcanhar de Aquiles” da integração regional, Lula enfatizou que a falta de rotas eficientes tem levado os países caribenhos a dependerem mais de mercados distantes, como Estados Unidos e China, em vez de se voltarem para o Brasil. Apesar da proximidade geográfica, a atual logística comercial é insuficiente, com a região respondendo por apenas 5% das exportações brasileiras para a Comunidade do Caribe (Caricom).
A pesquisadora Beatriz Bandeira de Mello destacou que o Brasil precisa minimizar sua dependência comercial com os Estados Unidos e buscar fortalecer o comércio local por meio da ativação de rotas marítimas e terrestres. Opiniões de especialistas como Flavia Loss e Regiane Bressan destacaram que questões como segurança alimentar e resposta a desastres naturais são cruciais para o futuro da colaboração Brasil-Caribe.
Além das barreiras físicas, as assimetrias econômicas e a desconfiança histórica em relação ao Brasil também foram mencionadas como obstáculos. Apesar das dificuldades, especialistas acreditam que o potencial comercial nas áreas de produtos manufaturados, turismo e energia renovável é vasto, sendo benéfico para ambos os lados.
Lula também anunciou parcerias com o Haiti focadas em segurança alimentar e combate ao crime organizado, mostrando um empenho em promover a estabilidade na região, o que pode reforçar as relações comerciais e políticas a longo prazo. O investimento brasileiro no Caribe, portanto, oferece não apenas oportunidades econômicas, mas também a chance de fortalecer laços diplomáticos e sociais em um cenário geopolítico dinâmico.