Lula destacou que mulheres sem profissão correm o risco de ficarem dependentes dos seus maridos, o que pode propiciar situações de abuso e violência doméstica. “Uma mulher sem profissão vai ficar a vida inteira dependente dos outros. Uma mulher que não tem profissão vai casar e, se não tomar cuidado, o marido vai agredi-la e ela vai ficar com esse marido agredindo porque precisa dar comida para os filhos. Ninguém pode viver com alguém que seja violento contra mulher,” declarou o presidente.
Ele sublinhou ainda que, ao concluírem seus estudos, as mulheres ganham autonomia e não precisam tolerar abusos em troca “de um prato de comida” ou “um chão para morar”. Em tom enfático, Lula aconselhou que mulheres que enfrentam esse tipo de situação devem exigir respeito e, se necessário, não hesitar em deixar o relacionamento abusivo. “Por isso que uma mulher, que é bem formada, e se chegar em casa e o marido for daqueles bem ranzinza que só sabe reclamar e começar a xingar, fala para ele: ‘Olha, meu filho. É o seguinte, eu não sou sua empregada, eu não sou sua filha, eu sou sua mulher. Se não me tratar com respeito, vou embora,” afirmou ele.
No mesmo evento, o ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou que o programa Pé-de-Meia será ampliado para contemplar mais 1,2 milhão de estudantes. Santana, que foi governador do Ceará entre 2015 e 2022, reiterou a importância do programa, que paga 10 parcelas anuais de R$ 200 a cada aluno de baixa renda que permanecer no ensino médio, além de um depósito anual de R$ 1 mil que pode ser sacado apenas após a formatura.
A expansão do programa virá acompanhada de um aumento no orçamento, passando de R$ 7,1 bilhões anuais para um acréscimo de R$ 3 bilhões, conforme informou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O Palácio do Planalto, no entanto, ainda não divulgou o custo total desta ampliação.
Para ser beneficiado pelo Pé-de-Meia, o estudante deve estar regularmente matriculado no ensino médio de uma escola pública, ter entre 14 e 24 anos e ser membro de famílias inscritas no CadÚnico. O valor do auxílio será depositado em contas digitais abertas automaticamente pela Caixa Econômica Federal, facilitando assim o acesso ao benefício sem a necessidade de um cadastro específico.
Essa iniciativa representa um esforço significativo do governo em garantir que estudantes de baixa renda possam concluir seus estudos, contribuindo para uma maior igualdade de oportunidades e uma redução das desigualdades sociais e econômicas no país.
